Porque é que isto acontece?
Voltando à decada de 80, quem se recorda de vêr quase em todas as ruas deste País um transformador de grandes dimensões? penso que, se a memória não me falha, geralmente eram instalados pela EFACEC. Ora estes transformadores abasteciam geralmente aquela rua e pouco mais. Pouco mais de 50 utilizadores. Na altura a tensão de distribuição ainda era de 220v e com tão poucos utilizadores a tensão mantinha-se dentro destes valores, sem grandes oscilações. Geralmente para quem como eu ouvia muita música, rádio e vinil, o período noturno era particularmente silêncioso.
Resumindo a música suava sempre bem.
E Hoje?!
A EDP para racionalizar custos instala um transformador, ou PT e este serve para abastecer mais de 5000 utilizadores. Um dos problemas que se põe na destribuição de electricidade é as percas de tensão ao longo da linha. Ainda para mais quando as linhas são tão extensas. (Obeviamente o cabo electrico que a EDP usa não é com graú de pureza 5N, ou seja 99,999% como por exemplo os cabos da marca SUPRA que eu comercializo). Por ex: os cabos da EDP numa distância em torno dos 100m já implicam uma redução de tensão de algumas dezenas de volts. Para além disto os cálculos de projeção iniciais têm que garantir que os utilizadores finais desta linha têm uma tensão mais ou menos constante em torno dos 230v. especialmente nas horas de grande utilização.
Perante isto é fácil perceber que a tensão inicial à saída do posto de transformação tem que ter valores muito superiores aos 230v se assim não fosse os utilizadores finais da linha teríam tensões na ordem dos 160v ou menos.
Logo aqui surgem vários problemas:
1. os primeiros utilizadores desta linha junto ao PT têm valores de tensão catrastóficos.
2. para os utilizadores finais terem 230v garantidos nas horas de maior consumo, significa que nas horas de baixo consumo, por exemplo à noite e de madrugada todos os consumidores dessa linha terão valores de sobretensão elevadissimos. Isto explica porque é que já não é possivel ter boa qualidade de som à noite.
3. as oscilações de voltagem (valores máximos e valores mínimos durante um período de 24 horas) nesta linha são tão grandes que é impossivel conseguir-se uma estabilização do equipamento electronico. Para além de funcionar mal as avarias são constantes. O tempo previzivel de duração do equipamento é substancialmente reduzido ( antigamente um rádio durava 20 ou mais anos, hoje a esperança de vida destes equipamentos com alguma sorte é de 4 ou 5 anos).
Para além disto tudo, impulsos electromagneticos provenientes das linhas de alta tensão passam para as linhas do utilizador final devido aos PT serem ligados sucessivamente consoante as necessidades que vão surgindo sem haver o cuidado de blindar ou retificar a tensão no posto anterior.
Fui ao site da ERSE, entidade reguladora dos serviços energéticos, verificar o ponto da situação e o que estava a ser feito em relação a este assunto e tive mais uma surpresa. Deixo aqui um excerto do conteudo:
"Qualidade de energia elétrica
Os consumidores de energia elétrica fornecidos a partir das redes de transporte e de distribuição têm à sua disposição uma tensão alternada sinusoidal com frequência e amplitude que se deverão manter razoavelmente constantes ao longo do tempo, em condições normais de exploração. No entanto, durante a operação e exploração das redes de energia elétrica existe um conjunto de fatores indutores de alterações nas características nominais da onda de tensão e que, consequentemente, afetam o normal funcionamento de instalações e equipamentos e impactam no seu tempo de vida útil.
Os fenómenos responsáveis pelas alterações às características nominais da onda de tensão podem ter origem na própria rede, nos produtores de energia, em instalações de clientes (tipicamente clientes industriais) e ainda nas interligações com outras redes.
A melhoria da qualidade da onda de tensão implica custos que, a partir de um determinado nível, se configuram desproporcionados para a generalidade dos consumidores. Assim, não é economicamente viável conceber uma rede totalmente isenta de perturbações da onda de tensão. Neste sentido, tem-se fomentado em Portugal uma filosofia de partilha de responsabilidade entre os operadores das redes e os clientes mais sensíveis às variações da qualidade da onda de tensão: os operadores são responsáveis por um nível de qualidade que satisfaça a generalidade dos clientes e os clientes mais sensíveis à qualidade da onda de tensão são responsáveis por imunizar as suas próprias instalações."
O que eu deduzo disto é que estamos tramados.
Para já 99% da população desconhece que a rede eléctrica tem problemas, não têm qualquer conhecimento de electricidade e não sabem como "imunizar as suas próprias instalações".
Muitos utilizadores de sistemas de som acreditam que a solução está naquelas réguas de alimentação com proteção que se utilizam junto dos equipamentos. Algumas destas réguas custam quantias na ordem das várias centenas de euros. Não podem estar mais enganados. Não só gastam o dinheiro como o resultado final é uma desilusão. E entretanto os equipamentos continuam a ser queimados com sobretensão.
Muitos utilizadores destas réguas queixam-se que os seus sistemas ficam anémicos, sem dinâmica. E este efeito acontece porque estas réguas reduzem ligeiramente a RF ( rádio frequência) mas não a sobretensão. Dando a sensação inicial de uma maior limpeza no som.
Uma das caracteristicas do som em equipamentos que estejam sujeitos a sobretensões acima dos 260v e que tenham valores reduzidos de RF é soarem anémicos.
A utilização destas réguas por muito bem construidas que sejam causam oscilações na tensão do sector, essas oscilações devido a proximidade do equipamento a proteger têm impacto no seu funcionamento. Qualquer intervenção na rede de sector deve ser sempre feita a uma distância minima de 15m.
Outro problema é que os utilizadores deste tipo de réguas desconhecem o efeito gaiola FARADAY, vou passar a explicar: a gaiola FARADAY é um processo geralmente para protecção de pessoas ou equipamentos numa area circunscrita através de uma extrutura, que pode ser metalica ou com cabos electricos ligada a uma terra de boa qualidade, uma das utilizações dadas a esta extrutura costuma ser por ex: quando estão a ser instalados postes de alta tensão por cima de estradas então é construida uma extrutura geralmente em forma de cubo com cabos cruzados ligados a terra. O objectivo teórico é evitar uma descarga de alta tensão para quem passa por baixo dos postes de alta tensão.
Nas nossas casas dentro das paredes circulam vários cabos, no chão, nas paredes laterais e no tecto. Estes cabos são contituidos pela fase, neutro e terra produzindo o efeito de uma gaiola FARADAY mas carregada com tensão com consequências para os equipamentos e para a saúde das pessoas. Por alguma razão as dores de cabeça são frequentes e as perturbações no sono. Estes campos magneticos são tão fortes que causam avarias por ex nas centralinas dos automoveis. ( geralmente o condutor de terra que temos na nossa habitação também tem potencial electrico, mais a frente irei falar deste problema).
Por isso voltando ao nosso HI-FI os utilizadores das réguas junto dos sistemas tentam por este meio impedir que a RF e EMF ( electro magnetic field) não entrem no sistema mas a zona a volta do sistema está completamente saturada de campos magnéticos mais ou menos fortes consoante a sobretensão da rede.
Estas réguas geralmente são construidas com varistors ( mov) e diodos. Ambos os componentes têm desgaste relativamente rápido quando sujeitos a sobretensões. No caso dos varistors a tensão minima que permitem bloquear é de 275v...portanto esta solução não serve. Réguas de protecção, condicionadores de sector são assim expostos a sobretensões tornando-se equipamentos inúteis ao fim de algumas horas de utilização.
Qual a solução então?!
O bloqueio da sobretensão e dos campos magneticos tem que ser feita no quadro electrico à entrada das habitações e tem que ser utilizado um equipamento que utiliza um componente que não sofre desgaste e permite manter a tensão dentro dos valores normais: 230v. Este componente já é utilizado para este efeito há mais de 80 anos.
Este equipamento custa 280,00 com montagem incluida e resolve de forma correcta e definitiva o problema da electricidade. Mais à frente veremos o efeito após a instalação deste equipamento.
Brevemente: efeito após instalação deste equipamento nos sistemas.
Próximo artigo: "As terras"...criam mais problemas do que solucionam.
continua...